quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Tyler Hamilton revela detalhes de esquema de doping e cita novos nomes

Ciclista que se aposentou em 2009 testemunhou no julgamento da Operação Puerto

Tyler Hamilton em videoconferência para o caso Operação Puerto
O ciclista Tyler Hamilton, que já integrou as equipes US Postal, CSC e Phonak, testemunhou nesta terça-feira (19 de fevereiro) no julgamento da Operação Puerto por videoconferência. O atleta relatou seu envolvimento com o médico Eufemiano Fuentes na embaixada espanhola em Washington. No testemunho, confirmou que foi cliente de Fuentes. “Fuentes me oferecia certos produtos, como EPO, insulina, testosterona e hormônio de crescimento”, revelou. “Também me fazia transfusões.”
O ciclista, que no início da carreira foi um dos homens de confiança de Lance Armstrong, admitiu que o mais importante da sua relação com o médico foram as transfusões sanguíneas, acertadas logo no primeiro encontro, em janeiro de 2002.  Durante os três anos em que foi tratado por Fuentes, o norte-americano disse que se encontrou com o médico “umas 15 vezes” e que, em todas as ocasiões, houve extração ou reinfusão de sangue.
Hamilton, que se aposentou em 2009 depois de testar positivo duas vezes para o hormônio DHEA, foi muito preciso e contundente nas suas declarações, acrescentando um novo nome na lista dos envolvidos: Bjarne Riis. “Foi Riis, na época diretor desportivo da CSC, que me pôs em contato com Fuentes”, explicou, referindo-se ao homem que o dirigiu na CSC entre 2002 e 2003, que venceu o Tour de France de 1996 e que é responsável pela Saxo-Tinkoff do espanhol Alberto Contador.
Hamilton disse que pagou “entre 25.000 e 35.000 euros” nos dois primeiros anos e 50.000 euros em 2004, ano em que terminou a sua colaboração com Fuentes, depois de ser suspenso por dois anos.
O ciclista relatou uma autotransfusão que correu mal, no primeiro dia de descanso do Tour de 2004:  “Acho que o sangue não foi tratado de maneira adequada, que estava deteriorado. Soube depois de uns 35 a 40 minutos, pois minha urina estava bem escura”.
Hamilton deu os nomes de outras pessoas associadas com o ciclismo que também podem estar envolvidas com Fuentes. “Em junho de 2004, antes do Dauphine Libere, fiz uma viagem com outros ciclistas da França para Madri para fazer uma autotransfusão. Comigo viajaram Santi Perez, Alvaro Pino (diretor esportivo da equipe Phonak), Oscar Sevilla e José Enrique Gutierrez. Fomos encontrar Fuentes”, disse. O norte-americano afirmou que não viu os colegas injetarem sangue, mas acrescentou que ouviu o que eles estavam indo para fazer em Madri. E todos terminaram entre os dez primeiro na classificação Dauphine Libere. “Eu não sou estúpido. Sabia exatamente o que estava acontecendo.”