quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ciclismo Indoor

Bike inclina para cima ou para baixo para simular variações do terreno

Uma empresa norte-americana desenvolveu uma bicicleta de ciclismo indoor que inclina para cima ou para baixo de acordo com o terreno. O modelo Le Tour de France, fabricado pela Pro-Form, foi criada para oferecer uma experiência mais completa para o ciclista indoor.
O diferencial dessa máquina é que o biker pode pedalar nos 24 roteiros mapeados pelo Google Maps ou mesmo criar seus próprios trajetos. O painel da bicicleta mostra a imagem de satélite do percurso e a localização do ciclista no trecho escolhido. Conforme o trecho da estrada, a bicicleta vai se inclinar para reproduzir a sensação de subir ou descer serras com até 20% de inclinação.
O aparelho também simula a resistência do vento. A atuação da “frenagem” é por resistência magnética que atua no volante posicionado na parte traseira da bike.
O preço da bicicleta Pro-Form nos Estados Unidos é de US$ 1.300

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

CLASSIFICADOS.

TRAXX STAR50 0Km POR 3MIL PROCURAR DANTAS NETO 8739-8391 (IRMÃO DE ADERALDO).


STAR 50: Economia e praticidade
A Star 50 é perfeita para o deslocamento em pequenos trajetos. Quer viajar com segurança e liberdade? A Star te leva. O tanque de combustível com capacidade para quatro litros te dá a economia necessária para dirigir sem se preocupar em abastecer. O cambio de quatro velocidades e semiautomático, foi feito para o condutor que deseja praticidade sem precisar de embreagem para passar as marchas, bastando apenas acelerar. Já as rodas de aro 17’’ proporcionam mais conforto ao usuário em terrenos menos uniformes. Com excelente relação custo-benefício, o modelo vem equipado com partida elétrica, rodas de liga leve, painel com marcadores de combustível, hodômetro e protetor de corrente, que aumenta a vida útil do sistema de transmissão da moto. O cesto porta-objeto e o bagageiro são acessórios úteis que completam o produto. A Star 50 pode ser encontrada nas cores preta, vermelha, azul e dourada.

PASSEIO DE HOJE 07/02/12.




                                                                 SERRA MOSSORÓ

CONCENTRAÇÃO: PRAÇA DO ROTARY.
SAÍDA: 19:00HS
DISTÂNCIA: 36KM
NÍVEL: INICIANTE/INTEMEDIÁRIO.

OBS: NÃO ESQUECER DO USO OBRIGATÓRIO DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Trilha de  12/04/12 com saída de 7:00Hs da praça do Rotary, com destino a barraca das frutas passando por Serra Mossoró, Trilha do Cigano, Quatro Bocas,  e chegando de 9:30Hs na Barracas das Frutas . 36Km/h.

Ronaldo Fênomeno encara o trânsito numa bike

Ex-atacante usa a bike para ir a uma reunião de trabalho

Ronaldo Fenômeno pedala
Foto divulgada no Twitter do ex-jogador
Ronaldo Fenômeno também pedala. Na segunda-feira, dia 27 de janeiro de 2012, o ex-atacante e sócio da empresa 9ine usou uma velha bike para se deslocar até uma reunião de trabalho.
A foto foi divulgada no Twitter de Ronaldo, que atua junto ao Comitê Organizador da Local da Copa do Mundo de 2014.

domingo, 5 de fevereiro de 2012





Motivos que levam o indivíduo a praticar ciclismo. Um
estudo com o grupo Santa Ciclismo de Santa Cruz do Sul, RS
Motivos que llevan a las personas a practicar ciclismo. Un estudio con el grupo Santa Ciclismo de Santa Cruz do Sul, RS
*Graduado em Educação Física **Professor/a Orientador/aUNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul
Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul
(Brasil)
Henrique Didoné* | Rodrigo Muradás*
Ms. Gilmar Fernando Weis**
Dra. Miria Suzana Burgos**

henrique_didone@hotmail.com




Resumo

          Este estudo descritivo exploratório tem como objetivo geral verificar os principais motivos que levam os indivíduos a praticar o ciclismo. Foram sujeitos deste estudo, 64 atletas (sendo 57 do sexo masculino e 7 do sexo feminino) com idade variando entre 17 e 57 anos, residentes no município de Santa Cruz do Sul – RS. Para a coleta de dados, foi usado o questionário adaptado por Samulski & Noce (2000), com os dados inseridos e analisados através do programa SPSS 11.5 for Windows. Como resultado, para o sexo masculino, os principais motivos que levam a prática do ciclismo são: manter a saúde, pelo prazer da prática do esporte, estar em contato com a natureza e para evitar stress. Para o sexo feminino, os principais motivos são: para evitar o stress, manter saúde, contato com a natureza e desempenho esportivo. Conclui-se que em ambos os sexos e idades, as pessoas estão cada vez mais preocupada com a saúde e prevenindo-se contra doenças físicas e psicológicas, pensando na sua qualidade de vida e bem estar e que não há somente um motivo para a prática regular de ciclismo, mas sim uma série de fatores interligados que atraem e mantém os praticantes na modalidade.

          Unitermos: Motivação. Atividade física. Ciclismo.



Introdução

    Hoje, a bicicleta é um dos veículos mais populares do mundo em razão de uma feliz combinação entre eficiência, simplicidade, baixo custo operacional e versatilidade. Esses fatores proporcionam ás pessoas uma atividade física saudável, podendo, ser, a bicicleta, um meio de transporte, de lazer ou de esporte (D’ELIA, 2009). Para Samulski (1995), todas as pessoas que praticam um esporte têm um objetivo pessoal, mas todos com algo em comum, possuem uma motivação para a prática desse esporte. Existe uma hierarquia dos motivos, alguns ligados ao organismo, os quais são relacionados os motivos fisiológicos ou vitais. São pertencentes a esse nível os motivos da saúde e os de terem boas capacidades efetivas, tanto físicas como psíquicas. Motivos que são da personalidade, onde o êxito, rendimento e de auto-realização são fundamentais. E o nível social o qual pertence o motivo do reconhecimento social e de poder e motivos éticos e estéticos.
    Segundo Vieira e Freitas (2007), a vida sobre rodas transformou por completo o cotidiano do homem. Ao unir duas delas e ligá-las por uma espécie de trave capaz de transportá-lo de um ponto a outro, revolucionando sua rotina, sendo um dos mais populares veículos do planeta. Estima – se que, em todo mundo, mais de 1 bilhão de bicicletas estejam em circulação.
    Com a popularidade das bicicletas e o aparecimento das competições que podem durar horas até dias, levou o ciclismo a profissionalização. Pedalar ficou ainda mais fácil para pessoas de qualquer idade e condições física, havendo uma revolução tecnológica no ramo de peças e acessórios. Com estilos modernos e mais confortáveis, materiais mais leves e com grande recurso de câmbio (com 18 marchas as mais populares e com 27 para modelos de competição), essas máquinas vieram para conquistar tanto um público exigente em termo de desempenho (esporte competitivo), como usuários não - atletas de cidades do interior e das grandes capitais que a usam como meio de locomoção ou visam apenas ao lazer ativo e saúde (XAVIER, GIUSTINA e CARMINATTI, 2000).
    Os praticantes de atividades esportivas exercem estas atividades por motivos diversos, porém, também são motivados por métodos e situações diferentes. Um dos motivos que afetam o desempenho e a participação, envolvidos na prática, é a motivação. O ser humano é motivado por vários fatores tanto de forma interna como externa. A força de cada motivo e seus padrões, influenciam e são influenciados pela maneira de perceber o mundo, nas coisas em que pensamos e nas ações em que nós empenhamos (WEINBERG e GOULD 2001).
    De acordo Magill (1994), a motivação é definida como as causas de início, da manutenção e da necessidade de comportamento. Samulski (1995) caracteriza como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais como expectativa, motivos, necessidade e interesses (intrínsecos) e ambientais, tarefas atraentes, desafio, facilidades e influência social (extrínsecos). O indivíduo que possui um alto motivo de realização, certamente demonstra, por palavras e ações, seu desejo de alcançar o sucesso. Weinberg e Gould (2001) constataram que com o decorrer da vida de uma pessoa, a importância dos fatores pessoais e situacionais acima mencionadas, pode mudar, dependendo das necessidades e oportunidades atuais.
    Segundo Maximiliano (2000), a motivação pode ser definida como uma força, um impulso que leva o indivíduo a participa ou se envolver numa atividade. A mais importante explicação sobre a motivação fala que os indivíduos são motivados essencialmente pelas necessidades humanas. Quanto mais forte a necessidade, mais intensa é a motivação. Uma vez satisfeita as necessidades, extingue-se o motivo que movimenta o comportamento e a motivação cessa. Algumas necessidades são instantâneas, outras tem o ciclo de satisfação mais longo.
    A motivação depende da personalidade das pessoas, de aspirações pessoais, de incentivos sociais e econômicos, variando com idade e gênero. E um dos principais fatores a interferir no comportamento das pessoas e a influir em todos os tipos de comportamento e permitindo maior envolvimento ou uma simples participação nas atividades (SABA, 2001).

Métodos de investigação


Sujeitos

    Foram sujeitos deste estudo descritivo – exploratório, 64 sujeitos com idades de 17 a 57 anos, sendo todos praticantes de ciclismo, considerados ativos por participarem da modalidade por mais de três vezes na semana, com duração superior a 30 minuto, sendo 57 do sexo masculino e 7 do sexo feminino, residentes no município de Santa Cruz do Sul – RS.

Instrumento

    O instrumento para investigar as informações foi um questionário adaptado de Samulski e Noce (2000), contendo 19 questões fechadas, onde o sujeito da amostra respondeu se entendia as mesmas como: “sem importância’’, “pouco importante’’, “importante”, “decisivo”.

Procedimentos

    Os questionários foram aplicados no primeiro semestre de 2010, sendo enviado por e-mail para os ciclistas do grupo Santa Ciclismo, ou preenchidos antes dos passeios do grupo. A identificação dos sujeitos foi dispensada, apenas a idade, sexo, tempo de prática e freqüência semanal. Foi utilizado o programa SPSS 11.5 for Windows para análise dos dados. Os motivos do sexo feminino não foram divididos por faixa etária, em função do número reduzido de pessoas.

Resultados

    Ao analisar o quadro 1, percebe-se que as duas faixas etárias tem praticamente as mesmas opiniões nas respostas, devido a maioria dos praticantes participarem do mesmo grupo de ciclismo e por se tratar de um esporte que os indivíduos estão em grande sinergia. É possível observar que, em ambas as faixas etárias, a manutenção da saúde é o principal motivo à prática do ciclismo, conforme observado “q 15 para manter a saúde”. O segundo motivo mais citado foi pelo prazer da prática do esporte, como observamos “q 1 pelo prazer da prática do esporte”. Estar em contato com a natureza “q 16” foi o terceiro fator motivacional, seguido da prevenção do stress “q 17”. Outra questão que merece ser comentada é em relação ao quinto motivo citado entre as faixas etárias estudas, sendo que entre os mais jovens destacou-se a busca por melhoria no desempenho esportivo “q 4”, enquanto os sujeitos com mais de 35 anos buscam o relacionamento social, ou seja, fazer novas amizades “q 9”.
Quadro 1. Motivos de participação do sexo masculino por faixa etária
    A partir da análise do quadro 2, onde estão sendo apresentados os resultados do sexo feminino, não dividiu-se em faixa etárias devido o número reduzido de mulheres inseridas no grupo de ciclismo em questão. Observando o quadro constata-se que “q 17 para evitar estress” é o principal motivo que as leva à prática do ciclismo. O segundo motivo mais assinalado foi “q 15 para manter a saúde”, sendo um dos motivos mais valorizados pelos sujeitos do sexo masculino também. A alta prevalência na categoria saúde, de ambos os sexos, pode ser explicado pela grande difusão de informações sobre qualidade de vida tanto no ambiente familiar, trabalho e nas mídias. O terceiro motivo mais citado entre as praticantes foi “q 16 estar em contato com a natureza”, seguido “q 1 pelo prazer da prática do esporte” e, por último, “q 4 para melhorar meu desempenho esportivo”.
Quadro 2. Motivos de participação do sexo feminino
    Mesmo com a estratificação dos dados por tempo de prática do ciclismo, menos de 2 anos e mais de 2 anos, observa-se resultados semelhantes aos encontrados ao do nível geral, conforme podemos constatar no quadro 1 e 2, relacionados anteriormente.
Quadro 3. Motivos de participação por tempo de prática


Discussão

    Para fins de discussão de resultados, vamos nos ater ás 5 médias mais elevadas, sendo que as 4 primeiras questões são iguais em ambos os sexos, faixas etárias e tempo de prática. De acordo com as médias apresentados nos quadros 1, 2 e 3, é possível afirmar que os principais motivos influenciadores para a prática do ciclismo é o fator relacionado à saúde. Este resultado é corroborado por Weis e Haas (2002), em estudo com atletas de basquetebol do projeto cestinha de Santa Cruz do Sul – RS, mostrando que a alta incidência na categoria saúde tem relação com a grande difusão de informações sobre qualidade de vida por parte da mídia (rádio, jornais, revistas e televisões), que fazem campanha sobre a importância da realização de atividades esportivas regularmente para manter a saúde, além da crescente quantidade de pesquisas sobre o tema. Outra pesquisa que coincide com as pesquisas realizadas sobre motivação e atividade física, Capdevila, Niñerola e Pintanel (2004) realizaram em Palma de Mallorca/Espanha um estudo com alunos de uma academia que tinha como finalidade detectar os motivos da prática de exercícios físicos, encontrou entre as principais razões: a) evitar possíveis problemas de saúde, b) manter e melhorar a saúde atual, c) diminuição da ansiedade e do stress, d) orientação médica para tratamento de uma doença diagnosticada. Segundo Deschamps e Domingues (2005), que fizeram um trabalho semelhante sobre ciclismo indoor, com 168 indivíduos na cidade de Santos/SP, relataram que o ciclismo proporciona um bem-estar e uma sensação ótima de saúde e de vitalidade, que engloba dimensões físicas, emocionais, intelectuais, sociais, mentais e até espirituais. Eles sentem-se mais dispostos na execução das suas atividades diárias, devido ao adiamento da fadiga. Assim como os ciclistas pesquisados em Santa Cruz do Sul/RS, os sujeitos do estudo de Deschamps e Domingues (2005), relatam que a prática do esporte auxilia no combate ao stress, que foi um dos principais motivos apontados neste estudo, e que durante a sua prática ocorre um relaxamento mental.
    Estudos realizados por Xavier, Giustina e Carminatti (2000) constataram em suas pesquisas que, quando a atividade é praticada ao ar livre, como no caso ciclismo, esta torna-se mais agradável pela maior velocidade alcançada se comparada com as caminhadas e corridas, como também, pelo menor incremento na temperatura corporal na prática do exercício (dissipação de calor por convecção), além de permitir um maior contato com a natureza e de ter uma variada diversificação de paisagem, auxiliando na diminuição do stress e das tensões do dia a dia, coincidindo com as respostas deste estudo.
    Além disso, o estudo desenvolvido por Muradás (2008), onde 50 atletas de diversas cidades do Rio Grande do Sul, de ambos os sexos, responderam que o principal motivo pela prática do esporte era a possibilidade de um maior contato com a natureza. Sendo um dos fatores mais relevantes deste estudo, demonstrando que fugindo do caos urbano pode manter a mente pura e sadia.
    A investigação feita por Samulski e Noce (2000), que teve como objetivo analisar o conceito de saúde de alunos, professores e funcionários da comunidade da UFMG e verificar o nível de importância dos motivos para a prática regular de atividade física, demonstrou que os 574 indivíduos pesquisados tinham por principal motivo o “prazer pela atividade física” como fator determinante para a prática regular de alguma atividade física, mostrando a grande influência da motivação intrínseca na adesão à prática. Além disso, concluiu-se que motivos tais como: saúde, qualidade de vida e prazer foram relevantes para a amostra de uma forma geral, como no presente estudo.
    Constata-se no presente estudo, que a utilização da bicicleta tanto como meio de locomoção ou como forma de atividade física eficaz para obter-se ganho de qualidade de vida, prazer, diminuição do stress e desempenho, sendo eficaz como promotora da saúde.

Conclusão

    Através deste estudo, foi possível verificar entre os sujeitos pesquisados, que os principais motivos para a prática do ciclismo de ambos os sexos e idade está relacionada à promoção e manutenção do bem-estar físico e psicológico, e conseqüentemente, à melhora da qualidade de vida. Para o sexo masculino os motivos mais requisitados foram manter a saúde, pelo prazer da prática do esporte, estar em contato com a natureza e evitar stress. Já os motivos apontados pelo sexo feminino, evitar o stress, manutenção da saúde, contato com a natureza e desempenho esportivo. Este resultado indica que não há somente um motivo para a prática regular de ciclismo, mas sim uma série de fatores interligados que atraem e mantém os praticantes na modalidade.
    Portanto, os resultados indicam que os praticantes de ciclismo de Santa Cruz do Sul praticam o esporte por motivos intrínsecos, com destaque para o desenvolvimento e manutenção da saúde, para obtenção de momentos de prazer gerado pela prática do exercício físico, contato com a natureza e para fugir do caos urbano e alívios de tensões diárias (estresse).
    Conclui-se que, em ambos os sexos, idades e tempo de prática, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e prevenindo-se contra doenças físicas e psicológicas, pensando na sua qualidade de vida e bem estar. Considerando-se as vantagens do ciclismo, é inegável que pedalar é uma modalidade de exercício muito acessível e de muita importância para a saúde, ainda que os usuários da bicicleta necessitem de maiores esclarecimentos e orientação.


TRILHA NATUREZA E MUITO PRAZER EM PEDALAR.

Oásis no Cariri

São quase 50 km de trilhas sinalizadas na Floresta do Araripe, na região do Cariri, em pleno sertão cearense
Texto e fotos: Marcos Adami
Há muito tempo que ouvia falar que no alto da Chapada do Araripe, no interiorzão do Nordeste, havia uma linda trilha de quase 50 km no meio da floresta. Todinha na sombra, sinalizada, mapeada e planinha como mesa de sinuca. Parecia até lenda indígena.
Em 2006 aproveitei minha ida a Fortaleza para cobrir a prova de endurance “Desafio 24 Horas de Ciclismo” e aceitei o convide de amigos ciclistas para conhecer de perto aquele que talvez seja a mais longa trilha de em single track do Brasil. O termo em inglês se refere aos caminhos estreitos, ou trilhos, onde só cabe uma pessoa, um ciclista no meu caso.
A Floresta Nacional (FLONA) do Araripe fica no topo da Chapada do Araripe e foi a primeira a ser criada no Brasil. Desde 1946 a floresta é considerada área de domínio público e abrange os municípios de Santana do Cariri, Crato, Barbalha e Jardim, no extremo sul do Ceará, junto à divisa do Pernambuco.
A Chapada do Araripe é bem maior que a floresta. São 44 km de largura por 180 km de comprimento. Seus domínios começam em Simão (PI) e se estende até a cidade cearense de Porteiras (CE), perto da divisa da Paraíba.
Com uma altitude na faixa dos 920 metros sobre o nível do mar (passa dos mil metros em alguns pontos), a temperatura lá no alto é amena e à noite chega baixa dos 20ºC, bem diferente da imagem que temos do castigado sertão cearense.
Como nas outras chapadas Brasil afora, a do Araripe é rica em água em suas escarpas, com mais de 300 fontes e algumas cachoeiras que valem a pena uma visita, como a Bica do Sozinho, a Cachoeira Areia Branca e a Cascata das Flores. As nascentes formam o Rio Granjeiro e o Rio das Pedras, que correm em direção do Rio Jaguaribe, atravessam a aridez do sertão e deságuam no oceano, a 633 km dali.
CRATO, O PORTAL DE ENTRADA
A melhor opção para visitar a floresta nacional do Araripe e suas trilhas é começar pela cidade do Crato, cidade com cerca de 150 mil habitantes, a 562 km de Fortaleza. A cidade é conhecida como a “Capital do Cariri”, região que abrange 30 cidades e que foi habitada pelos índios Cariri. A flor do piquizeiro (foto), árvore abundante naquelas bandas, é o símbolo da cidade.
O filho mais ilustre do Crato é o Padre Cícero Romão Batista, o Padim Ciço, que ostenta uma estátua de 27 metros de altura no alto de um morro na vizinha Juazeiro do Norte.
A portaria principal fica junto à Casa-Sede do Ibama, a 13 km do centro, na rodovia conhecida como Asa Branca, que liga Crato a Exu, no Pernambuco, terra do sanfoneiro Luis Gonzaga.
Quem quiser ir pedalando tem que ser bom de subida, afinal o desnível é de quase 500 metros. Dá para ir pelo asfalto (13 km) ou enfrentar os 16 km da pelas subidas do Limoeiro e depois a das Guaribas. Bikers bons de pernas gastarão pelo menos 1h30 até a portaria.
A subida pela estradinha das Guaribas é dura, com piso calçado de pedras, mas vale a pena. No caminho passa-se por velhos casarões, casas de farinha e antigas moendas de cana. Um tijolo de rapadura, da boa, custa R$ 1 real.
TRILHAS E MIRANTES
As trilhas – são quatro sinalizadas – começam no Ibama e vão se interligando uma nas outras. Diz a lenda que foram abertas por caçadores do passado e foram mapeadas pela ONG Ecobiker’s.
São trilhas totalmente planas, com sombra, limpas e que não apresentam nenhuma dificuldade. Podem ser percorridas tranquilamente até por bikers e caminhantes da melhor idade. Ciclistas iniciantes no mountain bike vão se divertir com a facilidade do terreno plano.
Todo segundo sábado do mês de dezembro, o lugar recebe uma corrida de mountain bike noturna com seis horas de duração, organizada pela Ecobiker’s. Em julho próximo, a Ecobiker’s vai realizar a primeira edição de uma corrida com 12 horas de duração.
Todas as trilhas têm mirantes sinalizados, entre eles o Mirante da Coruja, Mirante do Preá, Serrano, Mirante do Granjeiro, Pico, Macaúba, Caldas e o Mirante do Picoto, onde há uma cruz de madeira.
Placas indicam trilhas que descem a encosta, como é o caso da Ladeira do Caixão. Algumas são pedaláveis, outras só são vencidas com a bike nas costas mesmo.
Do Mirante do Picoto têm uma das mais belas vistas da região e dá para avistar cinco cidades e a imponente estátua do Padim Ciço, em Juazeiro. Toda a região lá em baixo já foi mar, conforme comprovam os fósseis do Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, a 60 km.
Alziane Diógenes, a cratense tricampeã cearense de mountain bike que ganhou projeção nacional com três vitórias na prova paulista “MTB 12 Horas”, no “Piocerá” e no “Bike Race Across” é freqüentadora assídua das trilhas da Flores do Araripe.
Alziane Diógenes
Todos os anos, Alziane faz treinos simulados em circuitos que ela mesma monta nas trilhas da FLONA.
A floresta recebe poucos visitantes, a maioria moradores locais nos finais de semana e de excursões de escolares. É comum avistar animais silvestres como cutias, raposas, tamanduás, veados, pássaros diversos e até onças.
“Uma vez topei com uma onça durante um treinamento sozinha. Ela estava deitada numa sombra logo depois de uma curva. Ela se assustou comigo e fugiu para o mato”, lembra a atleta.
A primeira trilha é a Trilha do Belmonte, com 7,8 km. A Trilha do Picoto é a próxima, com 12 km, e que tem como atrativo o Mirante do Picoto, que tem uma das melhores vistas da Chapada. A Trilha do Caldas tem 15 km de extensão e, desde o portal até o Mirante do Caldas, são 34,3 km de puro single track. E a última, a Trilha das Flores, que desce em direção à Cachoeira das Flores, se estende por mais de 10 km.
É inacreditável o quanto que se percorre em trilhas single track, algo inacreditável para um paulista. De quando em quando, há uma pequena “praça”, com bancos e tudo, no meio de uma clareira. Num determinado trecho, a trilha faz tantos ziguezagues que chega a dar vertigem.
Algumas árvores são identificadas com o nome numa plaqueta de madeira. A floresta é rica em plantas medicinais, como a Janaguba, que dizem conter substâncias que combatem tumores.
Para conhecer as trilhas não é necessário pagar, basta informar a portaria, mas é recomendável contratar um guia, pois há centenas de quilômetros de trilhas sem sinalização.
De bike, todo o percurso pode ser pedalado em quatro ou cinco horas.
Ernesto Rocha, um dos fundadores da ONG Ecobiker’s freqüenta as trilhas da floresta há 15 anos e acompanha grupos agendados de bike ou a pé.
Os passeios podem ser feitos também à noite.
O QUE LEVAR:
  • É importante levar bastante água, pois não há água no alto da Chapada
  • Protetor solar
  • Comida de trilha: barras de cereais, frutas, carboidratos em gel, suco, sanduíches
O QUE VISITAR
  • No Crato e em Juazeiro do Norte – Lojas de artesanato com artigos de barro – panela, potes e bonecos – e de madeira entalhada.
  • Em Barbalha – Balneário Caldas
  • Em Santana do Cariri (60 km do Crato) – Museu de Paleontologia
COMO CHEGAR
  • DE CARRO – São 562 km de Fortaleza ao Crato. As rodovias do interior cearense estão em boas condições.
  • DE ÔNIBUS – A empresa Guanabara têm vários horários diários e a viagem leva 8 horas. O preço varia de R$ 55 (executivo) a R$ 75 (leito). Os ônibus saem às 7 h, 12 h, 13 h, 19 h, 20 h, 21 e 22 h.
  • AVIÃO – De Fortaleza a Juazeiro do Norte são menos de uma hora de vôo e os preços valem a pena em relação aos ônibus. Juazeiro recebe vôos da Gol, Azul, Avianca, Passaredo. São 47 minutos de vôos saindo de Fortaleza.