segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Aro 26 ou aro 29: qual é a melhor bike?


Aro 26 ou aro 29: qual é a melhor bike?
Foto: Campa Bikers Blog

A frase de abertura do artigo já é bem polêmica: The 26-inch-wheeled hardtail mountain bike is, indeed, dead. ( A mountain bike rígida de aro 26 está morta, sem dúvida).Como muita gente tem me perguntado sobre como tem sido minha experiência com uma bike de aro 29, resolvi escrever esta matéria, relatando um artigo lido na internet. O autor do artigo, Matt Pacocha, escreve no site http://singletrack.competitor.com e na revista VeloNews. Quem quiser ler o artigo (em inglês) o link é:http://singletrack.competitor.com/2011/02/29er/face-it-the-26-inch-hardtail-is-dead_3050. Como traduzir o artigo iria tomar muito tempo, fiz um resumo dos principais pontos.
O Matt Pacocha já havia escrito um trabalho anterior relatando testes comparativos de desempenho de bikes rígidas (hard-tails) versus full-suspensions, para corrida de cross-crountry, e chegado à surpreendente conclusão que as bikes full são mais rápidas. Eu não li este primeiro artigo porque não está disponível on-line (só na versão impressa da Velonews de julho de 2009). A idéia que ele passa é que a velocidade real de uma full é maior porque os pneus permanecem sempre em contacto com o chão, resultando portanto em melhor tração e controle. Outro ponto, é que com a evolução da tecnologia do carbono e das suspensões, o peso deixou de ser um fator em favor das rígidas, assim como o “molejo” que resultava em perda de eficiência nas full. Aí entra a idéia de velocidade percebida versus velocidade real. Numa rígida se pode ter a impressão de estar indo mais rápido por causa do esforço adicional requerido para pilotar a bike. Eu faço um paralelo com se dirigir uma BMW a 160Km/h e um Fusca a 120Km/h. No Fusca vai parecer que estamos voando, enquanto na BMW vai parecer um passeio.
Bom, o fato é que nesse novo artigo, Matt Pacocha relata que repetiu os testes de antes, agora incluindo uma aro 29 rígida para comparar com as duas aro 26 (uma rígida e outra full). Os testes foram conduzidos numa pista de cross-country de 3.1 milhas (~ 5Km) as bikes eram de alumínio, com os mesmos componentes e pilotadas da mesma maneira, visando manter a potencia usada aproximadamente constante. A diferença de peso entre elas menor que 0,5Kg. Foram feitas 28 passagens com cada bike na pista ao longo de 14 dias e calculadas as médias. Os resultados ( valores médios por volta) estão na tabela abaixo, convertidos por mim para KM/h.
Bike
TempoVelocidade Média (km/h)Velocidade Máx. (km/h)Potência (Watts)
29 rígida
13:3922.0038.56
219.9
26 full
14:3620.7639.59
220.5
26 rígida
15.0020.1237.82
225.0
Dá pra ver que a 29 ganha no tempo e na velocidade média. A full 26 ganha na velocidae máxima e a rígida 26 perde em tudo. A conclusão do autor é que se a trilha ou pista de cross-country for muito técnica é melhor usar a 26 full, porque ela cansa menos e o risco de cortar um pneu numa pancada é menor. Ou seja, a vantagem é por causa da suspensão, não pelo tamanho da roda. Se a trilha for mais suave (como os nossos estradões e muitos single tracks) a 29 ganha. Em qualquer caso, segundo ele, quem usar uma 26 rígida vai ficar em desvantagem. Por isso ele decretou a morte da 26 rígida. Vejam a foto das bikes usadas no teste.
Falta agora ele fazer testes com uma 29full. Se valer a mesma lógica, vai ganhar em tudo. Um blog muito bom pra ler sobre bikes aro 29 é o do P29BR:http://projeto29brasil.blogspot.com/. Tem vários relatos de testes com bikes 29.

Dez dicas para ser um empreendedor criativo

Veja 10 dicas para ser criativo e firmar o seu empreendimento no mercado.

Dez dicas para ser um empreendedor criativo
Foto: Thinkstock
Há várias características que fazem parte da personalidade empreendedora. Se você tem uma bicicletaria, distribuidora ou fábrica de bicicletas e acessórios, já percebeu que muitas situações exigem autoconfiança, foco, comprometimento, liderança, organização, visão etc.
Mas cada uma dessas características depende de outra ainda mais importante: a criatividade.

1 - Substitua o medo do desconhecido por curiosidade

Esse é o primeiro aprendizado que a bicicleta proporciona. Lembra quando você aprendeu a andar de bike? Para uma criança, equilibrar-se em apenas duas rodas era algo que dava muito medo, mas crianças são curiosas e isso falou mais alto: mesmo caindo algumas vezes, você tinha mais curiosidade por sentir aquela sensação de pedalar, do que o medo de não saber como fazer isso. No mundo dos negócios, isso é fundamental para seguir adiante e não parar no tempo.

2 - Simplicidade é a maior forma de sofisticação

Os protótipos de veículos a propulsão humana datam dos anos 1800. Vários deles eram a ideia básica da bicicleta: um quadro e duas rodas. Tanta coisa mudou e hoje a maioria dos veículos não depende mais do equilíbrio, nem da propulsão humana, além de alcançar velocidades incompatíveis com a nossa capacidade. O resultado? Estamos resgatando as bicicletas, porque sofisticação, hoje, é ser o mais simples possível. No seu empreendimento, não complique as coisas: todos querem simplicidade.

3 - Pessoas apaixonadas são pessoas apaixonantes

Acordar às 5 horas de uma manhã chuvosa de domingo para pedalar algumas dezenas de quilômetros e contar isso para os amigos com aquela felicidade e uma pitada de orgulho: isso se chama paixão. E é inevitável que, quem ouve a história, sinta-se também curioso e apaixonado por aquilo. Você, que é empresário do ramo ciclístico: com que paixão tem falado do seu produto?

4 - As melhores coisas da vida não são "coisas"

O que as pessoas querem são sensações, experiências e contato com outras pessoas. Quando o seu cliente chega em sua bicicletaria para comprar uma bike, ele está em busca disso. Ao invés de tentar "empurrar" o produto através de ufanismos, ao invés de tentar convencer o seu cliente de que o produto vai ser a melhor coisa da vida dele, explore as sensações que o produto irá oferecer, as experiências que irá proporcionar e, em especial, as oportunidades de sociabilidade que só a bicicleta têm enquanto meio de transporte ou lazer.

5 - Face a book (encare um livro)

Quer prosperar em seu negócio? Informe-se. Enquanto empreendedor, você precisa entender de bicicleta, mergulhar na cultura do ciclismo e entender como o mercado funciona, quem são e como se comportam os seus clientes. Não precisa abrir mão do Facebook e de outras redes sociais - ter muitos contatos também é bom para o seu negócio, mas cuidado para não perder muito tempo com isso e esquecer de buscar informação de verdade.

6 - Faça coisas interessantes que coisas interessantes acontecerão para você

Seja criativo na forma de atender o seu cliente, no momento de fazer o marketing da sua marca, na composição da sua loja e até mesmo na apresentação da sua vitrine. Faça coisas interessantes que encante as pessoas e o retorno será garantido.

7 - Inspiração existe, mas ela tem que achar você trabalhando

Não caia na armadilha de achar que as coisas irão acontecer por conta própria, que o progresso do seu negócio vai cair do céu. Nada acontece por acaso. As histórias mais fantásticas de inovação em produtos e serviços são contadas de uma forma miraculosa: parece que aqueles empreendedores simplesmente tiveram a inspiração e tudo aconteceu depois disso. Mas para ter aquela inspiração, eles estavam envolvidos com o seu negócio, atentos ao mercado e às necessidades dos seus clientes.

8 - O cara que é legal com você mas não é legal com o garçom, não é um cara legal

Quando você está à frente de um empreendimento, torna-se mais visado em sua conduta. A sociedade quer saber como você age, se é uma pessoa confiável e ética. Então, seja você mesmo, não tenha duas caras. Seja gentil com todos, não apenas com os possíveis grandes clientes. Procure ser um empresário engajado em causas sociais, com atitudes sustentáveis, equilibrado em suas decisões e simpático no comportamento. É a melhor propaganda que poderá fazer do seu negócio e não custa nenhum tostão.

9 - Não olhe para o lado. Olhe para a frente

Éoutra lição que vem da bicicleta. Se você se distrai muito e fica mais preocupado em olhar para os outros ciclistas ao seu lado, não vai ver o buraco ou a curva à sua frente. O resultado pode ser uma queda bem dolorosa. O mesmo acontece no seu negócio. Acompanhe a concorrência e fique de olho no mercado, mas mantenha o foco à frente, nas tendências e nas verdadeiras necessidades do seu cliente. Não cresça através do demérito dos outros, cresça com os seus méritos.

10 - Tenha um plano estratégico chamado "fazer coisas"

Quem seria Gary Fisher, se ele não tivesse decidido descer as montanhas de Marin, na Califórnia? Se ele tivesse esperado nascer bicicletas de downhill para fazer isso? Quem seria Bob Haro, se ele não tivesse criado manobras de BMX Freestyle? Se você quer seguir adiante com o seu empreendimento, ou quem sabe abrir o seu negócio próprio no ramo da bicicleta, não passe a vida inteira planejando. Entre em ação, faça o seu sonho virar realidade. Todos somos capazes.
Lembre-se da seguinte frase de Albert Einstein, uma das pessoas mais criativas que já pisou a terra: "todos somos gênios. Mas se você julgar um peixe pela habilidade de subir numa árvore, ele vai viver a vida inteira acreditando que é estúpido". Procure entender qual é a sua habilidade e invista nela. Só não se acomode: seja criativo e faça as coisas acontecerem.

A máfia do doping e seus comparsas

Quem acompanha o ciclismo há algum tempo já foi confrontado com o tema e teve dúvida sobre a pureza e a moral do esporte. Não podemos generalizar - existem ciclistas profissionais que não se dopam -, mas quando se trata de competição, é muito tentador trapacear para buscar vencer a qualquer

A máfia do doping e seus comparsas
Foto: kovacevic
Doping no ciclismo é tema e assunto há mais de 120 anos, comprovado em fatos e depoimentos que não mudaram muito até os dias atuais. Fica a impressão de que o objetivo nunca foi o fim do doping, mas apenas a sugestão, ao mundo dos mortais (o nosso), de que algo é feito contra a prática.
O que é doping? 
É o uso de substâncias naturais ou sintéticas (e ilegais, proibidas pelas organizações esportivas) que visam a melhora do desempenho de atletas em competições.
O primeiro caso não comprovado data de 1896, com a morte do ciclista inglês Arthur Linton, pois a investigação policial naquela época chegou a um beco sem saída e sem resultados. Linton é considerado o primeiro ciclista acusado de doping, que morreu por uma estranha febre. Causa? Talvez o seu corpo sobrecarregado durante anos por ingestão de substâncias dopantes enfraqueceu o seu sistema imunológico. O que se tem são apenas especulações: o mundo do doping, já naquela época, manipulava informações.
Esse mundo é uma sociedade paralela à nossa, que não obedece e nem se sente obrigada a seguir as leis e as regras que nós seguimos. Uma sociedade fechada, focada no show, no faturamento e que tem suas próprias leis e regras. 
Uma sociedade que envolve negociantes, veterinários, médicos, indústria farmacêutica, treinadores, atletas, times, empresas, patrocinadores, mídia em geral, entre outros, como o mundo das apostas esportivas. Uma verdadeira máfia.
Uma pena que o ciclismo seja tão suceptível e ligado ao doping – e o público, “ingênuo” e cego, o estimula ao, por exemplo, acompanhar a figura do ciclista super-herói que, com poderes sobrenaturais ou genes privilegiados e grande capacidade de recuperação física, atravessa montanhas em uma longa etapa pelos Alpes e é venerado em competições como o Tour de France ou o Giro d'Itália. Alguns desses atletas acabam se sentindo endeusados e, portanto, acima das leis.
As leis nos esportes de alta performance e na indústria do entretenimento criam atletas famintos por sucesso e vitórias. Infelizmente, hoje não vale só talento, dedicação, treinamento, água e vitaminas. A maioria dos ciclistas profissionais em grandes times são marionetes na mão de patrocinadores e seus acordos com a mídia, que para ter exclusividade ou privilégios publicitários, encobrem casos de doping.
Nesta decadência total, até a política entra no meio. No caso positivo de doping do campeão Alberto Contador, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero, lembrou a Federação Espanhola de Ciclismo da obrigação patriótica de todos os envolvidos perante o caso. As acusações e a suspensão foram retiradas! A Federação Internacional discordou da decisão e o caso foi levado ao TAS (Tribunal Arbitral de Esportes), que no início desse ano finalmente anunciou a suspensão do ciclista por dois anos.
Além disso, não é o Tour de France que gera heróis; é a imprensa em geral que constrói a imagem de heróis e é por isso que se vê a aproximação de políticos a grandes nomes do esporte em alguns eventos esportivos - Copa do Mundo, Olimpíadas, Fórmula 1, Tour de France etc.

Um breve resumo do processo

Uma empresa investe dinheiro em um time profissional de ciclismo e quer ver o retorno do seu investimento em curto espaço de tempo. Além do time, a empresa investe também uma enorme quantia de dinheiro no marketing, na publicidade e na imprensa.
O time, por sua vez, sofre uma enorme pressão do patrocinador por bons resultados. Bons resultados geram mídia espontânea, aquela que não custa nada ao patrocinador e que também atinge o consumidor e público-alvo.
Como a empresa sente esse retorno? Com a venda de produtos. Algumas pessoas podem pensar que as empresas têm unicamente o interesse de aparecer na mídia, junto aos artigos, matérias e entrevistas em jornais, revistas, rádio e televisão. Mas a mídia é apenas um meio para o fim: o interesse das empresas é faturar com a venda de seus produtos.
O atleta incorpora força, vitória, energia, juventude, superação, beleza, saúde e fairness. Esses adjetivos asseguram uma boa imagem e um bom marketing para uma marca.
Espantoso é confirmar que até as notícias ruins alavancam a venda de produtos e publicidade. Nos anos 90, algumas empresas que se retiraram do ciclismo profissional por patrocinarem times acusados de doping, como o caso do time da Festina em 1998 no Tour de France, aumentaram suas vendas de relógios depois do escândalo. Outro exemplo de boas vendas depois de uma exposição ruim na mídia é o da empresa suíça de aparelhos auditivos, a Phonak, que tinha Floyd Landis em seu time, o vencedor do Tour de France em 2006, que comprovadamente  fez uso de doping.
Agora chegamos no elo fraco: o atleta profissional que recebe pressão direta e indireta do time, do patrocinador, dos próprios ciclistas concorrentes e de nós que acompanhamos as competições. Patrocinadores e times não medem esforços e investem muito para que o atleta busque os bons resultados, inclusive por meios ilegais, se for preciso.
O atleta profissional pressionado, que vive desse trabalho, cede à pressão e mutias vezes se dopa. Alguns chegam a se transformar em verdadeiros junkies (viciados). A concorrência é grande no meio do ciclismo profissional e apenas o esporte em si não é mais suficiente - os bons resultados é que importam.
Grandes campeões e famosos ciclistas confirmaram o uso de doping, como Fausto Coppi, Louison Bobet, Eddy Merckx, Jacques Anquetil, entre outros.
Veja a lista de vencedores do Tour de France desde 1991. A maioria são suspeitos de doping: Indurain (seu médico afirmou ter trabalhado com EPO), Riis (confirmou uso de EPO), Jan Ullrich (acusado e suspenso), Armstrong (com exames de urina duvidosos no Tour de 1999), Pantani (uso de cocaína), Landis (acusado e confirmou uso de doping), Contador (acusado e suspenso por doping) – é difícil acreditar que algum deles estivesse realmente limpo.
Tipos de doping
Betabloqueadores: são remédios que baixam a pressão do sangue, diminuindo o número de batimentos do coração. Ajudam em esportes que exigem precisão.
Diuréticos: usados pouco antes da competição para desidratar o organismo e diminuir o peso dos atletas para competirem em categorias inferiores. Usados pelos atletas também para mascarar outras drogas usadas.
Estimulantes: agem direto no sistema nervoso melhorando o desempenho do atleta com objetivo de quebra de marcas e recordes.
Transfusão de sangue: os atletas injetam sangue pouco antes da competição. A transfusão aumenta a quantidade de glóbulos vermelhos e, por consequência, a capacidade de circulação de oxigênio.
Narcóticos: são mais utilizados para aliviar dores.
Esteróides anabolizantes: são hormônios sintéticos para aumentar a atividade anabólica, isto é, promovem o crescimento. Alguns chegam a usar preparações farmacêuticas para uso veterinário. O hormônio sintético mais conhecido é o Eritropoietina (EPO).
Quase nenhum atleta profissional é louco de ir contra o seu empregador ou patrocinador de equipe com o risco de sofrer longos e dolorosos processos judiciais com grandes multas e perdas financeiras.
Também é difícil que um atleta confesse o doping. Um atleta que resolver confessar e confirmar o uso de substâncias dopantes é automaticamente discriminado e deixado à mercê do patrocinador, da mídia, dos colegas de profissão, do time e do público em geral, que o execram. Alguns desses atletas arrependem-se e admitem que se pudessem voltar no tempo, não confirmariam o uso de doping e prefeririam os castigos (suspensões e multas) a sofrer a discriminação e o abandono.
Você já percebeu que a maioria dos ciclistas que são acusados, negam o uso de doping e mesmo quando as acusações são confirmadas, continuam negando, mas pagam as suas respectivas multas e aceitam suas suspensões? Veja o caso de atletas como Virenque, Ivan Basso, Vinokurov, Contador e outros que estão na ativa.
Um Alberto Contador, depois da bela história da ingestão de carne bovina contaminada com a substância anabolizante clembuterol, retorna em um time de ponta e continua faturando os seus milhões. Por quê? Porque ele gera notícia, tem fãs que o idolatram. Resumindo: mesmo com a ficha suja, ele continua gerando dinheiro a um patrocinador.
Quem não vai acompanhar o retorno do espanhol às competições, em agosto desse ano, para observar o seu rendimento perante aos outros ciclistas “limpos”? Só nessa o patrocinador já ganha com o interesse no retorno do super-herói. Observe em que ponto chegamos: nós aceitamos atletas mentirosos e ainda por cima continuamos a incentivar e gerar audiência para o atleta. Somos coniventes, ou?

Quem é o culpado?

É difícil responder essa questão. Passei um bom tempo pensando a respeito e cheguei à conclusão de que nós que acompanhamos o ciclismo e as competições, como os grandes tours, somos um dos grandes culpados, pois incentivamos esses eventos, acompanhamos pela mídia, consumimos produtos das empresas que patrocinam o esporte profissional e idolatramos de alguma forma esses super-ciclistas. Poderíamos mudar isso - mas estamos dispostos?

A evolução da indústria do doping

Será que o ser humano evolui tão rapidamente a ponto de superar-se em tão curto espaço de tempo, quebrando recordes a todo o momento?
Atualmente, não apenas o doping ilegal evoluiu, mas também a indústria para os exames anti-doping, que acusam o uso de substâncias irregulares bem mais rápido e fácil do que há alguns anos.
Doping é um enorme negócio e muitos lucram apenas com o desenvolvimento de novos meios para se dopar e melhorar rendimentos.
Pode-se imaginar o futuro do doping na manipulação genética, o que trará uma nova dimensão ao mundo dos esportes. Deixando solta a imaginação, serão mudanças e transformações físicas irreversíveis em atletas. Parece ficção científica, teremos os primeiros seres mutantes: um ciclista com três pulmões; uma nadadora com guelras; um saltador de distâncias com molas embutidas nas pernas.
Afinal, ainda existe moral no esporte profissional?

Mas por que no ciclismo o assunto doping é tão exposto?

Talvez porque o histórico de doping esportivo documentado se inicie nos anos de 1890 com o ciclismo. Porque as primeiras mortes de atletas dopados nas Olimpíadas de Roma em 1960 foram ciclistas (os dinamarqueses Knut Jensen e Jörgen Jörgensen). Talvez porque todas as novas substâncias ilegais ou outros novos meios de doping são descobertos primeiro no ciclismo.
O tema da Revista Bicicleta é o ciclismo, mas não se iluda: outros esportes têm o mesmo problema com o doping, como o atletismo, natação, esportes de inverno e até mesmo o poderoso futebol, ou você acha que não? O futebol tem igual ou mais casos, mas por que não se ouve tanto? Será que é porque tem muito dinheiro envolvido?
Enfim, em um mundo tão competitivo, o que é mais lucrativo: apoiar bons resultados, se necessário com uso de doping, ou combater as trapaças e satisfazer-se com maus resultados, que não geram mídia nem dinheiro?
Sem tirar o mérito de inúmeras superações dos atletas, é indiscutível que a competição permite a evolução de técnicas e tecnologias, mas estimula a sobreposição do glamour, do poder e do resultado em relação à moral, à saúde e ao que pode ser considerado ético e humano.

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