segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CONSCIÊNCIA E RESPEITO AO CICLISTA JÁ.

Peço licença a Emanuel e a Aderaldo (idealizadores do blog) para usar o espaço do blog para falar um pouco sobre os motoristas de veículos automotores, especialmente sobre aqueles que não respeitam os ciclistas. Digo, desde já, que aqui exponho uma opinião pessoal, deixando à vontade quem dela quiser discordar, guardado o devido respeito a minha pessoa.
Independentemente de onde andamos (estrada de terra ou asfalto), somos seres humanos, temos uma vida, família e amigos, e no entanto passamos, inúmeras vezes, por constrangimentos desnecessários e totalmente evitáveis, infringido por motoristas no mínimo irresponsáveis.
Não sei o porquê de alguns motoristas pensarem que as estradas asfaltadas (particularmente) lhe pertencem quando, na realidade, elas devem servir a todos, desde os pedestres; que são construídas com recursos públicos, oriundos de impostos pagos por todos, inclusive por nós, ciclistas, que na maioria das vezes somos também motoristas e proprietários de veículos automotores.
O motivo que me leva a escrever esse texto foi por flagrar um absurdo praticado por um motorista de uma empresa de Mossoró, que irresponsável e levianamente, para assustar o nosso ciclista, fez uma manobra arriscada freando e levando o seu caminhão para o acostamento, onde se encontrava o ciclista.
De fato o ciclista estava antes pedalando no limite do asfalto (na beiradinha, como diriam outros), mas quando percebeu a aproximação do veículo passou imediatamente para o acostamento; e o motorista do caminhão, sem motivo algum, fez a manobra arriscada que poderia ter desencadeado uma tragédia absolutamente evitável, e o que é pior: a estrada (que era uma reta longa e com excelente visibilidade) estava totalmente livre, não vinha nenhum carro de frente, não justificando, de forma alguma, a atitude do motorista.
É mesmo lamentável que ainda existam pessoas que tratem a vida alheia com tanto desdém, como se não fosse nada, como se nós não fôssemos nada!
Por isso quero pedir o apoio de todos os ciclistas, não vamos mais prestigiar a impunidade ficando calados com esses acontecimentos. Vamos procurar anotar as placas e tomar as medidas cabíveis, dentro dos ditames da Lei, claro.
Não desejo, com isso, causar brigas ou coisas do gênero; pelo contrário, pretendo, sim, promover a educação daqueles que ainda não despertaram para a vida em sociedade. E, por favor, não me interpretem mal, não me vejam como pretensiosa, mas acredito piamente que cada um de nós podemos fazer a nossa parte, dar a nossa contribuição para um mundo melhor, o nosso mundo = o meio em que vivemos, que é composto pela nossa família e amigos (tão pequeno, não?); e não o Mundo todo, que aí sim, seria muita pretensão.
Pois bem, uma vez de posse das informações necessárias podemos informar à empresa para ela própria tomar as medidas cabíveis, chamando os seus funcionários e alertando-os para o fato, promovendo cursos de aperfeiçoamento e de direção defensiva, até porque se algo acontecesse (nesse caso específico), não tenham dúvidas de que seria a empresa a maior responsável pelo acidente, seria ela a chamada a responder na Justiça pelos danos causados por seu funcionário, e de certo que ela não iria querer ser processada; isso tudo sem nem mencionar a dor da família e amigos, dos companheiros ciclistas, e do medo que teríamos de fazer novos passeios no asfalto que, afinal de contas, é um bem público para uso de todos!
Não custa nada lembrar o que diz o artigo 28, do Código de Trânsito Brasileiro (que, supõe-se, é conhecido de todos os motoristas, inclusive daquele que quase causou uma tragédia com o nosso companheiro):
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
E o parágrafo segundo do mesmo artigo complementa:
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Acho que não precisa nem dizer que os ciclistas (sejam os que usam a bicicleta como meio de transporte no dia a dia, sejam o que usam para o lazer e a competição desportiva) estão incluídos ali.
Para conhecimento dos nossos leitores, a prática do motorista aqui mencionado infringiu o artigo 34 do Código de Trânsito:
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
É importante lembrarmos que qualquer atividade do nosso cotidiano tem os seus riscos, e com o pedal não é diferente; mas viver também é um risco, e nem por isso vamos nos privar de fazer o que gostamos. Portanto, ninguém precisa ficar neurótico porque aconteceu isso ou aquilo com determinado ciclista, faz parte da vida. Então apenas vivamos a vida, mas com responsabilidade sempre.
Para finalizar quero dizer que tomei a liberdade de tomar as providências para dar conhecimento do fato à empresa. Se alguma posição será tomada pela empresa isso eu não saberei dizer, mesmo porque não temos a identificação exata do caminhão para, assim, possibilitar a empresa a identificação do motorista, que ficará restrita apenas a tomar as medidas sugeridas anteriormente.
O que posso dizer com certeza é que das próximas vezes (que espero que não aconteçam), se tivermos a oportunidade de identificar o motorista (de empresa ou particular), as medidas cabíveis serão tomadas, inclusive com possibilidade de levar o caso às autoridades competentes (Polícia, Ministério Público e até mesmo à Justiça, diretamente), e para isso ponho-me à disposição de quem precisar porque, afinal, antes de ser ciclista eu sou uma cidadã.

Autora: Helen Vieira (Cicloturista)
Obs.: A autora desse texto é inteiramente responsável pelos fatos e informações aqui narrados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário