quarta-feira, 27 de julho de 2011

INCLUSÃO

Deficiências físicas não impedem os amantes da bike.
Por Emanuel Menezes.

Duas mãos no guidão, dois pés nos pedais e olhar concentrado. Será que é apenas dessa maneira que a pedalada pode acontecer? Muitos são os que têm provado que não. Seja competindo, como meio de transporte, ou por puro lazer, a bicicleta tem feito parte da vida de muitos deficientes.
Um atleta famoso que sempre pedala forte em todas as trilhas e competições, mesmo com uma perna só, é Alarico Moura, o Alá. Depois de ter uma das pernas amputada há 30 anos é ele foi conhecer o prazer de pedalar e o próprio potencial. Descobriu também que ele poderia ser (e, de fato, é) um grande artista plástico.

As mãos mostraram seu valor e a perna se mostrou mais que suficiente. Alá pedala tão bem (ou até melhor) quanto um ciclista não deficiente. Nem mesmo o acidente que teve há dois anos conseguiu mantê-lo longe da bike por muito tempo. Recuperou-se de maneira surpreendente já participando de competições e mostrando resultados, como foi no caso do Big Biker 2011.
Outro ciclista que tem mostrado seu potencial é Daniel Auer. Devido a um medicamento que sua mãe ingeriu durante a gestação, Daniel nasceu sem as duas mãos, mas já com o amor por esporte e, principalmente, o ciclismo. Aos 12 anos, depois de ter achado uma bike jogada num terreno baldio, o sonho começou a se tornar realidade. Hoje, tem sua bicicleta adaptada às suas necessidades e ele leva sempre suas ferramentas para poder entrar em ação no caso de qualquer imprevisto, principalmente quando a pedalada é de longa distância.

Existem também projetos e produtos voltados para aqueles que querem saltar o obstáculo da deficiência e pedalar. Como é o caso das handbikes que inserem cadeirantes no mundo do ciclismo. A Handvikn é uma marca brasileira, com fábrica em São José dos Campos/ SP, e é uma boa opção pra quem opta pelo produto.
Um projeto fantástico de inclusão de deficientes visuais no mundo da bike é o DV na Trilha. No final de 2004, para comemorar o natal, os grupos Mountain Bike Brasília e Rebas do Cerrado se uniram para apresentar os prazeres da pedalada a um grupo de deficientes visuais. Um grupo de voluntários guiam as tandens (biciclestas duplas), algumas que o projeto conseguiu adquirir ao longo dos anos e outras emprestadas pelos próprios voluntários do DV na Trilha.

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