Pedalar em princípio é considerado uma atividade inata ao ser humano por ser necessário um aprendizado motor. O movimento circular com aplicação de força nos 360º, envolve um sincronismo de vários grupos musculares agônicos, antagônicos, sinergistas e estabilizadores.
Os glúteos, os quadríceps, os gastrocnêmios e os posteriores de coxa são por assim dizer, os principais. Entretanto, os flexores de quadril, os adutores, abdutores de coxa, os anteriores de perna e até os dos pés estão sempre presentes ajudando a manter o movimento em círculo de modo regular. Engana-se quem acha ser esses grupos musculares os únicos envolvidos. O abdome, os lombares e os dos membros superiores precisam estar bem preparados para exercer a função estabilizadora. Esse preparo advém de um programa complementar de musculação que os adeptos do ciclismo devem optar para melhorar o prazer de pedalar. Dores em músculos supostamente secundários na ação podem se transformar em martírio durante um determinado percurso.
Sendo assim, o programa deve ser direcionado a aumentar as diversas manifestações da força, da potência e da flexibilidade completada com as aulas de alongamento. Embora a força resistente, descrita por (Harrre, 1976) como a capacidade de resistir à fadiga do organismo, em caso de performance de força de longa duração, seja maior exigência da aula, pedalar certinho nos 360º requer desenvolvimento da coordenação motora e das estruturas neuromusculares, qualidades desenvolvidas com um programa inteligente de musculação. Em vários momentos das aulas, as manobras podem requerer a manifestação da potência, da força explosiva de média ou curta duração.
Tudo deve começar por uma conversa inicial com os professores encarregados pela avaliação onde serão detectados, entre outros fatores, as possíveis desarmonias nas cadeias musculares. O biótipo e as proporções corpóreas são igualmente importantes na elaboração do programa haja vista que no momento do ato de pedalar os braços de alavanca fazem a diferença. Isso explica por exemplo o porque de alguns ciclistas terem mais ou menos dificuldades ou facilidades para determinadas manobras durante um percurso.
A prescrição ideal deve estar incluída numa periodização começando por um programa global envolvendo os grandes grupos musculares agônicos e antagônicos. Não menos importante, músculos menores devem receber a mesma atenção tais como os flexores de quadril, o piriforme, gêmeos superior e inferior, obturador interno e externo e quadrado femoral). Esses e outros músculos do tronco e quadril são importantes na transmissão de força para as pernas e prevenção de dores, dormências e lesões nas regiões lombar e glútea.
Rotina de exercícios sugerida:
Abdominal, Agachamentos, Flexão e Extensão de Joelho, Adução e Abdução de Coxa, Elevação e Perna, Elevação dos Pés, Flexão e Extensão de Cotovelo, Flexão e Extensão Radioulnar e Flexão de Mão, Voador e ou Supino, Puxada por Trás, Elevação de Ombro e Alongamentos.
Bom, como sempre costumo dizer, nenhuma modalidade esportiva é completa por si só. Alguns especialistas chegam a afirmar que um ciclista profissional pode ter uma melhora de rendimento de até 10% com o treinamento de musculação. Se as aulas de spining, ciclismo in Door entre outras semelhantes, trazem a fundamentação teórica desse esporte, é de se esperar que o mesmo resultado possa ser conseguido. Não esquecendo entretanto, que a variedade de exercícios pode estar relacionado com a qualidade de vida.
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